Missões em Tessalônica a segunda Maior cidade da grécia

Os Apostólos so abriam Igrejas em cidades grandes ; pois assim elas se espalhavam para as demais.

cidade de Tessalônica foi fundada em 316-315 a.E.C. Tinha uma localização geográfica privilegiada e estradas importantes, como a Via “Egnatia” e as que provêm dos Bálcãs. Tessalônica possuía também o principal porto natural do norte da Grécia, no mar Ageu. Após a conquista romana de 146 a.E.C, tornou-se a capital da província da Macedônia; e em 42 a.E.C. recebeu o título de cidade livre, gozando de um relativo exercício da democracia. Tessalônica era uma típica cidade escravagista. Talvez dois terços da população era escrava. Como colônia romana, atraía ricos comerciantes, latifundiários e militares aposentados. Isso gerava grande desigualdade entre as classes sociais. Era administrada por uma assembléia do povo. Um conselho preparava as leis e os decretos e um colégio de cinco a seis politarcas (At 17,5-8). O povo na maioria era pobre. Como eram as relações entre as pessoas? E qual era a novidade trazida pelo evangelho?



Tessalônica era um típico centro urbano, em meio a pessoas marginalizadas, desejosas de reunir-se em assembléia para consolidar seus laços de unidade, reivindicar seus direitos e aprofundar sua fé.

Aí a religião ganhava amplos espaços. Havia antigos cultos populares locais, ao lado de divindades herdadas do Olimpo grego. Também não faltavam deuses asiáticos, nem as divindades egípcias, como Isis e Osíris. Os cultos romanos à capital e ao imperador eram obrigatórios. O judaísmo era reconhecido como religião lícita dentro do império e gozava de certa liberdade. Entre os judeus era comum celebrar o sábado, ler e comentar a Bíblia.

Assim, a sinagoga tornou-se o ponto de referência para a missão de Paulo nessa cidade.

Em Tessalônica Paulo, Silas (Silvano) e Timóteo encontraram uma comunidade judaica dinâmica. Durante três sábados eles participaram das orações na sinagoga e aí apresentaram o anúncio cristão (At 17,3) – sem muito sucesso. Isso porque Paulo apresentava Jesus como o Messias, em grego, igual a rei – título reservado só ao imperador. Desse modo, o anúncio cristão na capital da província não deixou de criar suspeitas e mexer com os interesses da classe dominante.

A agitação era grande e obrigou a saída de Paulo da cidade sob alegação de insurreição política aos decretos imperiais (At 17,5-9). Paulo e seus companheiros foram perseguidos até Beréia (At 17,13). Contudo, a intenção de Paulo em Tessalônica era formar uma assembléia ou irmandade.

A fundação da comunidade de Tessalônica ocorreu no decurso da 2a. viagem missionária de Paulo (At 15,39-18,22), que durou três anos. Integravam a equipe Silas e Timóteo. Mesmo Paulo tendo que sair de Tessalônica, a comunidade nascente vingou. Era, em si, formada por pessoas empobrecidas (2Cor 8,1-2).

Diante da impossibilidade de voltar à Tessalônica, Paulo envia Timóteo para lá. Ele temia que a comunidade abandonasse a fé e a adesão à mensagem. Tratava-se de uma comunidade cristã embrionária; formada por pessoas de origem pagã e que enfrentava muitas dificuldades ligadas à idolatria. Aí, os missionários não tiveram clima nem tempo para um aprofundamento e amadurecimento da fé dos convertidos. Regressando de Tessalônica, Timóteo traz ótimas notícias para Paulo. A comunidade continua viva e perseverante. Nesse clima de alegria nasce a 1a. Carta aos tessalonicenses.

Esta carta é reconhecida como o primeiro texto do Segundo Testamento. Foi escrita pelo ano 51 ou 52. Antes mesmo dos Evangelhos, ela abre a nova coleção de textos que serão aceitos como Bíblia Cristã. Tem o toque da originalidade. Por isso, ganham importância exclusiva, em relação aos demais livros sagrados.

A 1a. Carta aos tessalonicenses foi a resposta de Paulo, Silvano e Timóteo às inquietações manifestadas na comunidade por ocasião da visita de Timóteo. Seu objetivo: esclarecer e reanimar a comunidade cristã.

Há um clima geral de carinho e afeto que perpassa todo o escrito. Além dos agradecimentos e elogios, os evangelizadores se comparam “a uma mãe que acaricia seus filhinhos” (2,7) e “a um pai que exorta seus filhos” (2,11).


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